Inflação do aluguel: IGP-M recua 1,67% em junho, o menor em dois anos


Depois de ter diminuído em maio (-0,49%), o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também conhecido como inflação do aluguel, recuperou mais 1,67% em junho. Essa deflação no mês, isto é, queda média dos preços, é a maior desde junho de 2023 (-1,93%). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).


No acumulado de 12 meses, o índice soma 4,39%, o menor desde agosto de 2024 (4,26%). Em março de 2025, o patamar chegou a 8,58%, apontando tendência de redução da inflação.


IGP-M acumulado em 12 meses, mostrado que em março, o índice ficou em 8,58; em abril, 8,50%; no mês de maio o índice foi de 7,02% e em junho, 4,39%.


A FGV leva em conta três componentes para apurar o IGP-M. O peso maior é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a inflação sentida pelos produtores e responde por 60% do IGP-M cheio. Dentro do IPA, o item que mais ajudou a romper a inflação de junho foi de produtos agropecuários, com recuo de 4,48%.


Individualmente no IPA, as maiores influências negativas foram o minério de ferro (-4,96%), milho em grão (-16,93%) e o café em grão (-11,01%).


Efeito safra

Outro componente do IGP-M é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-M. Dentro dessa análise do consumo das famílias, os alimentos foram protagonistas para pressionar a inflação para baixo. Com deflação de 0,19% no mês, foi o único dos oito grupos apurados a apresentar preços mais baixos na passagem de maio para junho.


O economista da FGV Ibre Matheus Dias atribuiu a queda ao comportamento da safra no campo, que deve ser recorde. “O avanço das safras tem alimentado expectativas de maior oferta, informando os preços para baixo tanto ao produtor quanto no varejo”, afirma.


Ajudaram a baixar o IPC no mês os preços do tomate (-7,20%), ovos (-7,60%), arroz (-3,78%) e mamão mamão (-11,28%).


Construção

O terceiro componente medido pela FGV é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que subiu 0,96% no mês. A pressão de alta veio do custo da mão de obra (2,12%). “Em função dos reajustes salariais recentes”, explica Dias. Já o grupo materiais, equipamentos e serviços subiu 0,13%.


Inflação do aluguel

O IGP-M é conhecido como inflação do aluguel porque o acumulado de 12 meses costuma ser base para cálculo de reajuste anual de contratos imobiliários. Além disso, o indexador é utilizado para reajustar algumas tarifas públicas e serviços essenciais.


Entenda aqui


A FGV faz coleta de preços em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. O período de levantamento do IGP-M foi de 21 de maio a 20 de junho.

 

Fonte: Karla Neto

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